quinta-feira, dezembro 09, 2004

crónica, pois claro

“Te voy a dar una torta.”

Partirei, sem demoras nem introduções para a análise sociológica desta emblemática frase espanhola, que já marcou muitas gerações de “caudilhos”1.
Versão marxista-leninista2:
Esta é, sem dúvida, uma irrefutável prova da venda de Espanha aos interesses capitalistas norte-americanos e às pressões de mercado que levam à miséria humana e exploração do proletariado.
Versão de um convicto iberista:
Na linguagem como na economia, sempre revelaram estar um pouco mais à frente de nós. Enquanto nós andamos a ameaçar as pessoas com peras, eles oferecem tortas. Quem me dera que nunca tivesse existido 1 de Dezembro… Se calhar estaríamos agora a comer tortas e não a passar fome.
Versão de um naturista:
A dieta mediterrânea sempre se pautou por ser extremamente equilibrada. O balançar dos doces com a fruta é bem patente na cultura popular, como se pode verificar nas próprias expressões populares.
Versão histórica:
Decorria o ano de 1580 quando os espanhóis, liderados pelo seu Rei D. Filipe II (Pipo para os amigos mais íntimos) invadem o território lusitano, aproveitando a fragilidade política que então se vivia. A introdução de novas medidas culturais com vista a estabelecer uma identidade cultural capaz de unificar os novos territórios com o poder central, já na altura estabelecido em Madrid, levaria à adopção quer de expressões linguísticas quer…




Tudo isso foi abolido com a Revolução do 1 de Dezembro de 1640.

1- Referência às recentes afirmações do ainda ministro Morais Sarmento em relação às decisões políticas do nosso presidente da República. Já gora, porque não chamar Che ao Miguel Portas? É melhor não dizer isto muito alto, ou escrever a bold, não vão os próximos cartazes do BE apresentar o Che Portas a fumar um cubano no Parlamento Europeu. Já estou assustado só de imaginar a imagem. Que mente perversa a minha!
2- Bem vêem que regressei em força a esta difícil, mas valorosa, arte das notas. Nesta, cria apenas reavivar essa emblemática imagem da crente senhora que em pleno congresso do PC não hesitou em levantar o punho e gritar: Viva o Marxismo-Leninismo!